Resenha: Crônica da Casa Assassinada | Lúcio Cardoso⁣ ⁣⁣⁣| Companhia das Letras

A resenha de hoje é do livro Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso, da Companhia das Letras.

Sinopse: Livro responsável por abalar o meio literário brasileiro quando publicado pela primeira vez em 1959, Crônica da casa assassinada conta a história de uma família em decadência: cada geração se vê mais pobre que a anterior, dilapidando o patrimônio para sobreviver. Os Meneses, porém, continuam sendo respeitados na pequena comunidade mineira em que vivem. A Chácara, a grande casa que gera orgulho mas também aprisiona, é vista com reverência e desconfiança por todos que conhecem o clã. Contudo, a chegada de Nina – jovem carioca que se muda após se casar com Valdo, o irmão do meio – vai abalar a relação difícil que se estabelece entre os irmãos. Demétrio, o mais velho, tem na esposa Ana uma arma sutil; Timóteo, o mais novo, se embrenha cada vez mais na própria decadência quando passa a viver trancado num quarto. "A matriarca da casa é a própria casa", diz Chico Felitti no prefácio desta edição. "Suas alamedas são veias que irrigam o coração que é a casa-grande." Fantasmagórico, envolvente e extremamente brutal, Crônica da casa assassinada utiliza a pluralidade de vozes narrativas para explorar os limites do desejo e da submissão.

#ResenhaMaeLiteratura 

Esta foi, em sobra de dúvida, a leitura mais demorada que eu já fiz até hoje. ⁣

Foram meses lendo, deixando a leitura de lado e retomando. E me perguntando porque tanta dificuldade. Tenho algumas hipóteses...⁣

Narrado por vários personagens, através de cartas, diários e outras formas de comunicação, o livro foi publicado pela primeira vez em 1959. Ficou muito tempo esgotado e ano passado foi reimpresso pela Companhia. ⁣

Os personagens não são nada simpáticos e nem empáticos, o que torna a leitura ainda mais difícil.⁣

A trama é bem pesada, e a casa é uma personagem importante, testemunha da decadência da família.⁣

Nina é uma jovem bonita e que vive na cidade. Deixa tudo para morar na chácara, com o marido, os dois cunhados (irmãos dele) e Ana, esposa do irmão mais velho, Demétrio. O irmão mais novo é Timóteo, que vive trancando no seu quarto. Completa a família, André, filho de Nina e de Valdo.⁣

Amores proibidos, relações familiares tensas e complexas, questões de gênero que não tinham possibilidade de serem vivenciadas, fazem parte desta, uma trama complexa e brutal.⁣

Não foi uma leitura fluida e gostosa, foi bem densa, arrastada e trabalhosa. Li muitos trechos pensando, não é possível! Como assim?! ⁣

Termino a leitura aliviada, sem saudades dos personagens, mas satisfeita por ter concluído este livro, que era um dos meus mais desejados. Talvez não tenho conseguido extrair tudo o que ele tinha a oferecer e com certeza gostei bem menos do que imaginei que fosse gostar, infelizmente. ⁣

No final do livro encontramos uma interessante crônica de Clarice Lispector. Gostei muito do prefácio de Chico Felitti para esta edição e destaco um trecho que traduz um pouco do que senti durante a leitura:⁣

" A narrativa de Crônica da casa assassinada é um exercício de claustrofobia literária..."⁣

A edição é muito bem cuidada, gostei muito da capa e da diagramação. ⁣

Você leu ou quer ler? Me conta!⁣

Sobre o autor
Lúcio Cardoso nasceu em Curvelo, Minas Gerais, a 14 de agosto de 1912 e faleceu em 28 de setembro de 1968 no Rio de Janeiro Devido ao assunto de seu primeiro romance foi agrupado entre os regionalistas; entretanto, sua produção tem muito mais afinidade com o grupo "espiritualista" de Cornélio Pena, Schmidt, Otávio de Faria, Vinicius de Morais. Cardoso era mais ou menos abertamente homossexual, o que se traduziu na sua obra como mais uma instância particular do tema geral da redenção possível de uma humanidade ontologicamente pecaminosa, que ele compartilhou com todos os seus colegas de movimento. Em 1966 recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, por conjunto de obra. Em um universo ontologicamente dilacerado, com uma prosa cuja poesia dá vazão ao desejo transgressivo, os personagens se desnudam em tensões recriadoras da objetividade do mundo. Ao lado de Clarice Lispector e Cornélio Pena, ele foi o principal nome do romance intimista brasileiro, e realizou, com Paulo César Saraceni, o primeiro longa-metragem do Cinema Novo, além de seus romances terem sido adaptados para as telas. Ao ter de abandonar a escrita por causa de um derrame cerebral, recusou o afastamento da criação, passando a pintar belos quadros, ainda que com os poucos movimentos que lhe restaram.

📚 Crônica da Casa Assassinada
Leitura #22 de 2022
Autor: Lúcio Cardos
Ano: 2021
Páginas: 560
Editora: Companhia das Letras
Livro cedido pela Editora
Minha avaliação: 3,5 (de 5 estrelas)
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