Resenha: Gótico Nordestino | Cristhiano Aguiar | Editora Alfaguara
A resenha de hoje é do livro Gótico Nordestino, escrito por Cristhiano Aguiar, da Editora Alfaguara, Grupo Companhia das Letras.
Sinopse: Em nove contos, Cristhiano Aguiar mergulha nos elementos góticos e folclóricos – buscando referências nas séries televisivas, no cinema e nos quadrinhos – para criar narrativas vibrantes e inesperadas, que fogem da prosa literária tradicional. As histórias vão desde os tempos do cangaço, passando pela ditadura militar e chegando até os ecos sombrios de um futuro próximo.Um menino é obrigado a cruzar o descampado perto do vilarejo de Riachão da Frente para levar uma carta que a mãe escreveu a Zé Barbatão, o cangaceiro local. Na madrugada, as sombras no caminho e a ameaça do bando crescem conforme a narrativa avança, e a realidade parece a ponto de se romper. Anda-luz, história que abre este volume, prenuncia o que virá nos oito contos seguintes. Em Gótico nordestino, Christiano Aguiar caminha entre o sonho e a vigília, dialoga com outros gêneros e compõe um livro totalmente distinto do usual.
Foi uma leitura rápida, diferente e interessante.
Os nove contos são bem trabalhados e até sucintos, o que de certa forma, não deixa a leitura tão pesada.
Eu tenho muita aflição com histórias sobre insetos, mais do que sobre vampiros e fantasmas, talvez por isso Anna e seus insetos mexeu tanto comigo. Foi o conto que mais me mobilizou.
Dois foram os meus preferidos. A Mulher dos pés molhados, conto protagonizado por Elvira e seu pai e sua futura filha. Eles tecem uma trama de ancestralidade e descendência potente. Simbólico, onírico e muito bonito, me conquistou. Assim como A Noiva, que conta com lirismo uma lembrança da infância de um garoto, do seu primeiro contato com a morte e com o corpo feminino desnudo.
Os contos têm potência e conversam entre si pelo incômodo, pela perda da ingenuidade, por fatores surpresas. A escrita do @cristhianoaguiar é fluida e muito boa.
Foi uma leitura que não tirou a minha paz, mas me peguei prendendo a respiração em algumas passagens.
A capa é sensacional! O designer Kiko Farkas (@kikofarkas.maquina) reproduziu “A luta dos anjos”, xilogravura original de 1968, do artista Gilvan Samico. Gostei do título também.
Eu AMO os livros da Alfaguara, é o meu selo preferido da Companhia das Letras. Este lançamento já estava no meu radar e li pela Plataforma Netgalley, disponibilizada pela editora para nós, parceiros.
Você leu ou quer ler? Me conta!
Leitura #19 de 2022
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