Resenha: O País dos Outros, de Leila Slimani, Editora Intrínseca
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Resenha de hoje é do livro O País dos Outros, de Leila Slimani, Editora Intrínseca
SinopseDurante a Segunda Guerra Mundial, Mathilde, uma jovem alsaciana espirituosa, se apaixona por Amine, um belo soldado marroquino do exército francês. Após a guerra, o casal se instala no Marrocos, em Meknés, uma cidade militarizada e com forte presença de colonos franceses.
Enquanto Amine se dedica à lavoura e tenta trabalhar as terras rochosas e ingratas herdadas do pai, Mathilde rapidamente se sente sufocada pelo clima e pela cultura do novo país, tão diferente da sua.
Sozinha e isolada na fazenda com os dois filhos que o casal vem a ter, ela sofre com a desconfiança que inspira como estrangeira e com a falta de dinheiro. A vida difícil, marcada por tensões sociais e religiosas e pouco lazer, torna os dias penosos, mesmo no seio familiar. Até que, diante da incerteza sobre os resultados do trabalho árduo do marido e cansada de se sentir oprimida, Mathilde tenta encontrar meios de se envolver na nova comunidade.
Minhas impressões
Que livro bom, eu adorei!
Já tinha lido e gostado dos seus dois primeiros livros. Sua escrita é forte e trata de temas incômodos, e eu gosto muito disso! Dois três, este foi o que eu mais gostei.
Livro é inspirado na história da sua avó, Mathilde, uma jovem alsaciana que se casou com Amine, um oficial marroquino, que defendeu a França na guerra.
Um dos temas é justamente a trajetória desta expatriada, mas o livro é bem mais que isso. A autora aborda diferenças físicas, emocionais e culturais.
Mathilde é jovem, loira, de olhos verdes, um palmo mais alta que Amine. Os dois são felizes e se dão muito bem. Eles tem dois filhos, Aiicha e Selim. Uma família que me despertou empatia e muita simpatia.
Achei todos os personagens muito interessantes e bem construídos. A sogra de Mathilde, os cunhados, a irmã, seu pai, além do cunhado mais novo, Omar, um extremista que me deixou preocupada boa parte da trama.
Dois personagens se destacam, Murad, ajudante de tropa do marido e apaixonado por ele e Dragan, um ginecologista que se torna amigo da família.
É um livro muito sensorial, eu visualizei com facilidade as comidas, árvores, plantas e paisagens descritas, assim com suas cores e sabores.
Vamos acompanhar Aiicha na escola, as madres, colegas e mães francesas das colegas. Sua difícil adaptação, os preconceitos sofridos por ser fruto de uma relação interacional, sem tantos recursos financeiros.
Leila traz reflexões interessantes sobre escolhas e o quanto temos que abrir mão dependendo delas.
A escrita é fluida, bonita e muito interessante. Não conseguia parar de ler.
Este é o primeiro de uma trilogia. Torço muito para que os dois próximos sejam lançados logo aqui. Alô Intrínseca, temos previsão?!
Sobre a edição
Achei a capa muito interessante e gostei muito da combinação das cores. O seu design é do Lázaro Mendes.
O livro é dividido em nove sessões, em 319 páginas. Os capítulos curtos dão um bom ritmo à trama. Boa diagramação, bom espaçamento, páginas amarelas e letras em tamanho confortável para leitura.
Só uma crítica, os capítulos não são nem numerados, nem nomeados, isso me incomoda um pouco.
A tradução é da Dorothée de Bruchardi.
Recomendo muito! Você leu ou quer ler? Me conta!
Sobre a autora
Leïla Slimani é uma escritora e jornalista franco-marroquina. Nasceu em 1981 e em 2016 ganhou o Prêmio Goncourt com o livro Canção de ninar. Cançaõd e Ninar e O Jardim do Ogro foram lançados no Brasil pela Editora Planeta.
Leïla Slimani é uma escritora e jornalista franco-marroquina. Nasceu em 1981 e em 2016 ganhou o Prêmio Goncourt com o livro Canção de ninar. Cançaõd e Ninar e O Jardim do Ogro foram lançados no Brasil pela Editora Planeta.
Ela também é diplomata francesa, na qualidade de representante pessoal do presidente francês Emmanuel Macron na Organização Internacional da Francofonia.
📚 O País dos outros
Autora: Leila Slimani
Tradução: Dorothée de Bruchardi
Editora: Intrínseca
Minha avaliação: 5/5 estrelas
Livro cedido pela editora
Leitura 66 de 2024
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