Exposição João Turin - Pinacoteca de São Paulo
Recebi um convite para conhecer a exposição do artista João Turin na Pinacoteca de São Paulo. Gosto muito destas atividades culturais e adoro visitar a Pinacoteca, pois ela é linda e sempre apresenta exposições ótimas.
Confesso que não conhecia o trabalho deste artista e assim como eu, imagino que muitos de vocês não conheçam. Fiquei admirada ao conhecer seu trabalho e surpresa ao ler sobre sua carreira, por isso compartilho aqui com vocês um pouco da sua história:
João Turin (1878 – 1949) nasceu em Porto de Cima, município de Morretes, região serrana paranense. Desde criança demonstrou interesse pelas artes e pela escultura: recobria pernas, tronco e braços com argila, deixava-a secar e depois a removia, para brincar com os moldes do próprio corpo assim obtidos. Já adulto, Turin recebeu do governo paranaense um bolsa de aperfeiçoamento e, aos 27 anos, ingressou na Académie Royale des Beaux Arts de Bruxelas, na Bélgica. Em sua temporada na Europa, Turin enfrentou grandes dificuldades financeiras para sobreviver, principalmente nos primeiros anos em que viveu em Bruxelas e em Paris, entre 1914 e 1922, onde foi contemporâneo de Auguste Rodin, Picasso, Modigliani, Mondrian, Chagall, Matisse, Rilke, Jean Cocteau, Victor Brecheret, entre outros.
Retornando ao Brasil na década de 20, o ‘bom gigante’, como era conhecido o artista pelos seus quase dois metros de altura, optou por instalar-se em Curitiba, onde viveu até a sua morte. Após a sua morte, o acervo do artista ficou sob a tutela de um dos sobrinhos, já que Turin não teve filhos. Mais da metade das peças deixadas por Turin eram matrizes em gesso, já que ele não tinha dinheiro ou apoio para fundi-las em bronze. É o principal representante da arte animalista do Brasil.
A obra de Turin só foi ‘redescoberta’ em meados de 2010. Foi a primeira vez que um projeto audacioso como este foi colocado em prática: equipes especializadas cuidaram do inventário, restauro, catalogação, levantamento histórico, livro, fotografia, fundição e exposições. Houve, inclusive, a preocupação em montar uma fundição artística especialmente para executar as obras de Turin, tecnologicamente moderna e ambientalmente correta. Tudo para garantir um padrão internacional e a alta qualidade das peças fundidas.
Na Pinacoteca, a mostra reúne 50 obras entre esculturas e baixos-relevos, além de desenhos, pinturas e fotos antigas. Também há a reprodução de dois vestidos com temática paranista, movimento de valorização da fauna e flora paranaenses, onde Turin foi um dos principais representantes.
Entre as esculturas presentes na mostra, destaque para a de Tiradentes, realizada ainda na Europa que, no entanto, representa o famoso herói mineiro. Assim como as esculturas que definiram suas criações mais “brasileiras”, como as animalistas, caso da obra ‘Luar do Sertão’, que representa uma onça quase em dimensões reais.
A temática indígena, fortemente presente na obra do escultor, também está representada. Como, por exemplo, o ‘Índio Guairacá’, com 1,23m de altura, empunhando seu arco e flecha ao lado de um lobo-guará. A mostra também traz uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, na Normandia, França. Mesmo depois da região ter sido severamente bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial e a Igreja seriamente danificada, a escultura permaneceu intacta e só foi redescoberta 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
A exposição ‘João Turin – escultor’ permanece na Pinacoteca de São Paulo até 06 de junho.
Após a visita aproveitamos para tomar um café na deliciosa cafeteria da Pinacoteca, localizada no jardim interno.
Recomendo muito a visita! A exposição é muito bonita e interessante. Adorei!Agradecimentos:
Renata Sklaski (imprensa@joaoturin.com.br)
Comentários
Postar um comentário