Dia dos Pais

Hoje é dia dos pais.
Independente da polêmica em torno da data, quero fazer uma reflexão e uma homenagem ao homem que tem uma importância enorme na minha vida, o meu pai.
Meu pai tinha trinta anos quando eu nasci, fui sua primeira filha e após dois anos e nove meses, chegou a minha única irmã.

Meu pai casou com a sua namorada, Vera, minha mãe. Ela, professora e filha única. Eles se conheceram em Campinas, cidade natal da minha mãe, e onde meu pai morou enquanto tirava o brevê no aeroclube da cidade. Sempre lutador, foi em busca de seu sonho, ser piloto. Sem dinheiro, para esta licença que sempre foi muito cara, e por precisar pagar por muitas horas de vôo para consegui-la, ele trabalhou como motorista de ônibus e taxista nos seus momentos de folga.
Com ele aprendi desde cedo o valor do trabalho, da dedicação e da disciplina.

Quando eu nasci, ele já era copiloto da Vasp, empresa que trabalhou por mais de 30 anos.
Me acostumei a ver meu pai acordando de madrugada para mais um vôo, a nem sempre tê-lo ao meu lado nas datas comemorativas, à ter um pai que não voltava todos os dias para casa, após a jornada diária de trabalho.
Via meu pai com seu uniforme completo, de quepe e paletó com as quatro faixas douradas nas mangas e pensava, que lindo ele é! Que orgulho de ser sua filha, que assombro ter um pai tão diferente dos pais das minhas colegas de escola.

Do meu pai, além dos valores da vida, aprendi o amor pelas viagens, me acostumei a repetir um hábito seu, a cada ruído de um avião no céu, erguer os olhos para tentar identificar que avião sobrevoava nosso espaço naquele momento.
Sempre tive meu pai como uma fortaleza, aquela pessoa que eu poderia contar sempre, meu porto seguro.

Hoje vivemos uma outra realidade, uma etapa dolorosa, marcada pelo processo inexorável do envelhecimento e das doenças. Um momento em que vejo aquele homem forte, destemido, incansável, agora fragilizado, esquecido, por vezes confuso. Como é difícil esta realidade.

Este é um caminho de muitas dores, alguns pesares, lágrimas, mas também de ternura, de amor, de lembranças.
Com muito cuidado, paciência e calma, vamos construindo esta nova etapa. Até quando? Não sei, até quando for permitido.

Sigo curtindo a sua companhia, o abraçando sempre que posso e reafirmando todo o meu amor.

Vou me despedindo daquele pai forte e incansável, e acolhendo um pai, por vezes, um tanto quanto desconhecido, que me surpreende e muitas vezes me assusta, mas que ainda é o meu pai. Meu pai amado, o meu herói de sempre. Percebo, aliviada, que os nossos laços de afeto são infinitos.
Que bom que ainda hoje eu posso dizer feliz dias dos pais. Que eu te amo mais que tudo.




Participam também do BEDA:
Dani Lunna  Alê | Obdulio | Roseli | Mariana | Darlene | Carol




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Comentários

  1. Que bela e incrível a relação de vocês. Como é bom ter um pai para a gente cuidar e amar.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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