Frankenstein | #12LivrosPara2021 | Janeiro

 

Olá!
Vamos começar um dos projetos mais bacanas do ano, o #12LivrosPara2021. Esta TAG é uma parceria com os blogs Mundinho da Hanna e Pacote Literário. Todo dia 12 de 2021 postarei a resenha de um livro que estava na minha biblioteca aguardando a leitura. A idéia é ler livros que são meus e esperam na fila de leitura. Se você quiser relembrar as postagens de 2020 é só clicar aqui.



O livro deste mês é Frankenstein, de Mary Shelley, da Editora L&PM. Este livro foi o sétimo mais votado entre os escolhidos para a nossa TAG e teve 49,4% dos votos dos nossos leitores.

Há tempos este livro estava na minha lista, queria muito ler este clássico do horror. Foi uma leitura surpreendente. Devorei este livro e gostei muito da leitura. A escrita da autora é fluida, envolvente, clara e muito boa.

O mais incrível deste livro é que a autora tinha 19 anos quando o escreveu. A princípio, tratava-se de um pequeno conto sobre um jovem estudante suíço que ambicionava criar um ser ideal, injetando vida a um corpo morto.

Foi escrito entre entre 1816 e 1817, e a obra foi publicada em 1818, sem crédito para Mary na primeira edição. Considera-se a versão revisada da terceira edição do livro, publicada em 1831, como a definitiva.

A leitura me trouxe várias surpresas, a primeira foi descobrir que Frankenstein não era o nome do monstro, da criatura, mas sim do seu criador, aliás o sobrenome dele. Victor Frankenstein era um jovem estudante de medicina natural que conseguiu criar um monstro em seu laboratório e que se arrependeu do seu feito quase que automaticamente. Quando a criatura escapa do controle do criador, aí tudo pode mudar.

Victor, um jovem brilhante, com um futuro promissor pela frente vê sua vida mudar radicalmente junto com a sua criação.

O livro traz metáforas interessantes e na minha opinião a melhor delas é que você perde o controle do que você cria. A criatura se transforma em algo independente e fora de controle, o que é fonte de pesar e de preocupações para seu criador

Outra metáfora é enxergar além das aparências. O monstro pensa, vive, e o mais interessante ( e triste), tem sentimentos que ninguém consegue compreender. Não há empatia, ele só desperta medo, terror, pavor. Ninguém se permite "enxergar além das aparências" tamanho é o choque de horror que causa nas pessoas.

Confesso que fiquei morrendo de dó do monstro! Na verdade fiquei com dó dos dois. A felicidade parece ter sido um tema riscado do vocabulário de criador e criatura.

As cenas são bem construídas e o leitor mergulha na história. Os sentimentos duelam o tempo todo entre os dois.

Ao mesmo tempo que fiquei tensa durante a leitura, eu já imaginava o que aconteceria na trama e meu coração foi ficando cada vez mais apertado.

Gostei muito da forma como a autora estruturou a história. O leitor tem a oportunidade de conhecer a saga de Victor Frankenstein, através da troca de cartas entre R. Walton e sua irmã Margareth. Esta estratégia deixou a trama ainda mais interessante.

Normalmente as edições pocket, ou de bolso, não são as minhas preferidas, mas como a proposta era ler a edição que estava na minha biblioteca, assim o fiz. Gostei da capa. As páginas são brancas e eu prefiro as páginas amarelas, assim como gosto de letras em tamanho maior, mas nada disso atrapalhou a leitura. Talvez num livro mais fraco estes detalhes possam interferir, mas não foi o caso aqui. Boa revisão e diagramação.

O livro conta ainda com uma biografia da autora no seu início, em seguida, uma introdução da autora, onde a mesma contextualiza a leitura e conta detalhes sobre a construção da história. No final há um posfácio assinado por Harold Bloom.

Me surpreendeu o fato deste livro ser considerado de horror, portanto este foi o primeiro livro do gênero que li numa boa e adorei! Não, provavelmente não vou mudar meus conceitos, já que sempre morri de medo de ler livros de terror, apenas acho que este livro se encaixa muito mais no gênero romance ou thriller psicológico.

Recomendo muito esta leitura, que entrou para os meus favoritos. Leia e depois me conta o que achou, vou adorar saber!


Sobre a autora
Mary Wollstonecraft Shelley nasceu em 30/08/1797 e morreu em 01/02/1851. Foi uma escritora britânica, filha do filósofo William Godwin e da pedagoga e escritora Mary Wollstonecraft. Casou-se com o poeta Percy Bysshe Shelley em 1816, depois do suicídio de sua primeira esposa.

Frankenstein
Autor: Mary Shelley
Tradutor: Miércio Araújo Jorge Hodkins
Ano: 2009
Páginas: 256
Editora: L&PM
Minha avaliação: 5/5
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Comentários

  1. Oi Clauo, eu li esse livro em uma leitura conjunta e não foi uma boa experiência para mim. Mas no meu caso, foi porque eu estava criando muitas expectativas com relação ao livro, achando que encontraria algo mais assustador, do ponto de vista de uma aventura com um monstro e tal. Mas o que encontrei foi uma escrita arrastada (bem da época mesmo), com um viés bem puxado para o filosófico. Eu tenho uma edição da Darkside, que é linda por sinal, e tem um tipo de perfil histórico da autora e um perfil psicológico do personagem principal, para nos ambientar para o que está por vir. Achei super interessante que Drácula e Frankenstein "fazem aniversário" no mesmo dia, pois foram criados na mesma reunião dos autores. Eu resolvi guardar o livro aqui para reler um dia, pois sabendo dessa visão mais filosófica, gostaria de dar uma segunda chance ao livro sem criar muitas expectativas a respeito.
    Bjks!

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  2. Clauo, sabe que eu tenho muita vontade de ler, mas ficava com medo por ser terror, acredita? Depois da sua resenha, estou super curiosa, se você teve até dó da criatura e do criador. Já coloquei na minha lista de desejados, em breve compro para realizar a leitura. Beijos! Karla Samira

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