Clube da Leitura de Novembro - Anarquistas, Graças a Deus


Olá queridos leitores!
Trago para vocês o nosso Clube da Leitura Companhia das Letras de novembro. Aqui eu contei um pouco mais sobre a nossa história

Neste mês, lemos e discutimos o livro 
Anarquistas graças à Deus, da querida Zélia Gattai. Foi sensacional! Eu sabia que seria uma boa discussão, pois a escrita da Zélia é ótima e foi muito, muito bom. Melhor até do que imaginei.
Sinopse
Publicado em 1979 e transformado em minissérie da rede Globo em 1984, Anarquistas, graças a Deus é o livro de estréia de Zélia Gattai e seu primeiro grande sucesso.
Filha de anarquistas chegados de Florença, por parte do pai Ernesto, e de católicos originários do Vêneto, da parte da mãe Angelina, a escritora trazia no sangue o calor de seus livros. Trinta e quatro anos depois de se casar com Jorge Amado, a sempre apaixonada Zélia abandona a posição de coadjuvante no mundo literário e experimenta a própria voz para contar a saga de sua família. É assim que ficamos conhecendo a intrépida aventura dos imigrantes italianos em busca da terra de sonhos, e o percurso interior da pequena Zélia na capital paulista - uma menina para quem a vida, mesmo nos momentos mais adversos ou indecifráveis, nunca perdeu o encanto. A determinação de seu Ernesto e a paixão pelos automóveis, a convivência diária com os irmãos e dona Angelina, os sábios conselhos da babá Maria Negra, as idas ao cinema, ao circo e à escola, as viagens em grupo, o avanço da cidade e da política - nestas crônicas familiares, vida e imaginação se embaralham, tendo como pano de fundo um Brasil que se moderniza sem, contudo, perder a magia. Exímia contadora de histórias, Zélia as transforma em instrumento privilegiado para o resgate da memória afetiva. Foi Jorge Amado quem, um dia, lendo um conto de qualidade duvidosa que Zélia rascunhava, pescou essa veia de documental. Apontou-lhe o caminho e mostrou que ela se alimentava de sua rica ascendência familiar. Surge assim a Zélia memorialista, para quem a literatura provém não tanto da invenção, mas do trato apurado da memória e do desfiar cuidadoso, mas sem melindres, da intimidade. Em suas mãos, a literatura se torna, mais que confissão, auscultação do mundo. É tendência para o registro e o testemunho, que cimentam não só um estilo quase clínico de observar a existência, mas uma maneira de existir. Pois é da persistência do espanto que Zélia, em resumo, trata. Se Jorge Amado foi uma espécie de biógrafo involuntário do Brasil, Zélia Gattai se afirma como a grande narradora de nossa história sentimental. 
Minhas impressões
Zélia Gattai tem um lugar muito especial no meu coração. Já contei aqui, mas não me canso de contar outra vez. Após ler seu último romance, Città di Roma, escrevi para ela (na época que nem existia internet), contando minhas impressões sobre o livro. Contei também que a minha filha Letícia, na época com dois anos, ao me ver lendo, pegava um dos seus livrinhos e se sentava ao meu lado, "lendo" também. Para minha surpresa, pouco tempo depois recebi uma cartinha linda, dela, de próprio punho, com seu endereço no Rio Vermelho. Guardo esta carta com muito carinho. Se já era fã dela, fiquei mais ainda!

Tenho um carinho enorme pelos livros da Zélia! Li todos e adoro a escrita dela. Não gosto de reler livros, mas reli este para o clube e foi uma releitura muito prazerosa. Me lembrei também da minissérie da Globo, que acompanhei e gostaria de rever hoje.

O livro conta as lembranças da infância e da adolescência da autora. Impossível não me identificar com seus antecedentes italianos. Outro ponto forte do livro são as descrições da cidade de São Paulo na década de 30. Muito bacana ler sobre estas paisagens. Muitas nem conseguimos imaginar nos dias de hoje, como eram naquela época.

A escrita dela é fluida e emocionante. Eu dei risada, chorei, foram muitas emoções nesta leitura. Acompanhar o olhar da Zélia menina, com sua ingenuidade e energia foi delicioso. Recomendo muito esta leitura inspiradora. Leia! Depois me conte o que achou, vou adorar saber.

Sobre o Livro
Gostei desta capa da nova edição da Companhia das Letras, mas também gostava muito da capa da edição anterior. A diagramação é ótima, páginas amarelas, letras em tamanho confortável, bom espaçamento, revisão impecável. A leitura  é  fluida e interessante. Companhia das Letras arrasou nesta bonita edição.


Anarquistas, Graças  a Deus
Autor: Zélia Gattai
Ano: 2009
Páginas: 344
Editora: Companhia das Letras
Classificação 5/5 - favoritado
Livro cedido pela editora
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