Clube da Leitura Cia Ilimitada - Não Me Abandone Jamais (Editora Companhia das Letras)

Hoje foi dia do nosso delicioso clube da leitura da Companhia das Letras!
Sinto muito amor, orgulho e carinho por esta turma tão especial! Que privilégio mediar este grupo que todo mês vem atento, disposto, disponível. 
As discussões são maravilhosas!! Saio cada vez mais apaixonada pela literatura e pelas oportunidades que ela me proporciona. 
Este mês discutimos Não me abandone jamais, do vencedor do Nobel de Literatura 2017, Kazuo Ishiguro, da nossa parceira Editora Companhia das Letras.

Sinopse: Kathy, Tommy e Ruth são clones criados para doar órgãos. Tendo esse cenário de ficção científica por pano de fundo, e o triângulo amoroso como gancho, Kazuo Ishiguro fala de perda, de solidão e da sensação que às vezes temos de já ser "tarde demais". Finalista do Man Booker Prize 2005. Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de "cuidadora". Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os "alunos" de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição. Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino - doar seus órgãos até "concluir". Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses "doadores", em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar.

Este é o primeiro livro do Kazuo que eu leio. Estava de olho nele há tempos, desde que lançou O Gigante Enterrado. Com a premiação do Nobel de Literatura, resolvemos homenageá-lo, lendo um dos seus livros. Este foi o escolhido, por voto direto, no nosso grupo. Se você é como eu, que não gosta de ler a sinopse e contra capa do livro, vai se surpreender com esta leitura. Gostei muito. Um livro sensível, belo e triste. A escrita do Kazuo é linda. Ele te conduz magistralmente pela trama. Kath, nossa narradora e protagonista ganha voz  através deste escritor tão especial.

Uma das coisas mais bacanas nos nossos clubes é a diversidade de opiniões e a troca de experiências entre os leitores. Surpreendentemente nesta leitura não tivemos muitas divergências. A maioria gostou muito da leitura. Ela levantou questões importantes e atuais como doação de órgãos, viver em grupo e ausência de familiares. Nossos personagens não têm pais, irmãos, família. Como é triste e árida esta constatação. Como é difícil crescer sem família, sem histórias pregressas que nos trazem significados e  formação enquanto pessoas. Mesmo assim eles tem um grupo, um grupo formado por colegas da mesma idade e pelas professoras do Instituto onde vivem. 
Perceber que estes personagens não tinham opções, que fatalmente seriam descartados após as doações, mexeu muito com o grupo. Ao mesmo tempo a escrita do Kazuo é fantástica, porque o livro não é apenas triste, ele é terno, por vezes caloroso, sensível e repleto de sentimentos. Por tudo isso a discussão foi maravilhosa e eu recomendo muito esta leitura!

Após a leitura, assisti no Netflix o filme, que tem o mesmo nome do livro. Gostei do filme também, achei bem fiel ao livro. Este nome vem de uma música que Kath escuta sucessivamente e também tem um significado muito simbólico. De amizade, companheirismo e amor.

Foi sensacional!!  No final, como sempre, teve bolo e bate papo. E ainda fomos presenteadas com lindos marcadores exclusivos feitos pela nossa amiga artista, Angelica!! Ela utilizou diversas técnicas de aquarela, colagem, entre outras lindezas. No verso de cada marcador, Angelica escreveu uma frase de um dos livros lidos no nosso Clube durante este ano. Não é para ficar encantada?!

Para o Clube da leitura de dezembro o grupo escolheu o livro Neve na Manhã de São Paulo, de José Roberto Walker. 

Comentários

  1. Oie Clauo! Fico aqui babando com seus posts sobre o clube de leitura! Como eu queria morar perto para participar... Que bom que não tiveram muitas divergências na discussão! Acho que esse livro é para mim! Amo livros tristes e sensíveis, ainda mais com temas polêmicos! Se tem adaptação ao cinema, então... Adoro! Vou adicionar à minha lista. Beijos!

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