Oncofertilidade: Pensando no Futuro
Semana passada participei de um encontro de blogueiras com a Dra Ana Lucia Beltrame, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana, da Clínica Ella Saúde sobre oncofertilidade.
Foi uma experiência muito rica e interessante, ainda mais para quem trabalha na área da saúde como eu. Fiquei encantada com as novas técnicas que permitem que a mulher tenha a possibilidade de engravidar, após alta do tratamento oncológico.
Confira aqui como são inovadores estes procedimentos:
De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) espera-se no Brasil para o biênio 2016-2017 a ocorrência de 600 mil novos casos de câncer. Desses, espera-se que, 57.960 mulheres sejam diagnosticadas com câncer de mama. Além disso, o câncer de intestino (8,6%), de colo do útero (7,9%), de pulmão (5,3%) e de estômago (3,7%) estarão entre os principais casos.
Após o diagnóstico, os pacientes se veem totalmente focados nas possibilidades de cura após o tratamento e na continuidade da vida. Porém, muitos casais acabam se deparando, mesmo com a possibilidade de cura (95% nos casos de câncer de mama), com a privação de um sonho: a criação ou o crescimento da família. Isso porque tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem comprometer a fertilidade feminina e masculina. A alta dosagem medicamentosa afeta os testículos e os ovários, danificando a produção, a quantidade e a qualidade de espermatozoides e óvulos. Muitas mulheres chegam a parar de ovular após o fim das sessões, com casos de infertilidade comprometida em quase 90%.
A preservação da fertilidade através do congelamento de óvulos, sêmens e embriões é uma opção viável que pode ser realizada pouco antes do início do tratamento quimioterápico. Geralmente a mulher pode levar de 10 a 15 dias para finalizar o processo de preservação da fertilidade, seja para o congelamento de óvulos ou de embriões.
Dra. Ana Lucia Beltrame, explica que as técnicas de reprodução assistida podem variar de acordo com o histórico médico e com o estado físico de cada paciente. “Especialmente para pacientes mais jovens que ainda não constituíram uma família e tem esse sonho, as técnicas de reprodução assistida são a esperança de conseguirem realizar esse desejo após o fim do tratamento. Mas é preciso que todos tenham acesso às alternativas para que decidam o quanto antes, pois precisamos dar início antes das sessões de quimio. O congelamento de óvulos e embriões são técnicas já estabelecidas, não experimentais que devem ser oferecidas aos pacientes segundo a Sociedade Americana de Oncologia Clinica. No entanto, infelizmente, por desinformação, muitos pacientes não são submetidos a estes procedimentos”, completa a especialista.
Os tipos de tratamentos disponíveis são:
- Criopreservação de Óvulos
- Criopreservação de Embriões
- Transposição Ovariana: consiste da mudança anatômica da localização dos ovários, retirando-os do campo de radioterapia.
- Criopreservação de Tecido Ovariano: técnica que retira e congela pequenos fragmentos dos ovários para posterior transplante e ovulação espontânea. Seus resultados ainda são limitados em relação ao congelamento de óvulos e embriões
Sobre Dra. Ana Lucia Beltrame
Médica formada pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo. Especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia fazendo residência médica no Hospital das Clínicas na Universidade de São Paulo. Realizou sua pós-graduação como mestra em ciências na Universidade de São Paulo, tornando-se especialista na área de Reprodução Humana. Também é especialista em laparoscopia e histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Anualmente participa de congressos internacionais e é Membro da ASRM (American Society for Reproductive Medicine) e da ESHRE (European Society of Human Reproduction and Embriology)
Você conhecia estas técnicas? Me conta o que achou deste post, eu vou adorar saber sua opinião.
Teremos novos posts aqui no MãeLiteratura sobre estes temas tão importantes. Aguardem.
A medicina e seus avanços surpreendentes. Sensacional!
ResponderExcluirClau
Que interessante. Adorei o seu post amiga!
ResponderExcluirhttp://www.arianebaldassin.com/
Que bom esta esperança para famílias que querem ser ainda mais completas e superarem as consequências de uma doença tão devastadora né? Viva a ciência
ResponderExcluirSempre me surpreendo com esses avanços que a medicina está dando. Esperança, saúde e tecnologia. Que saia logo do papel para ajudar cada vez mais pessoas
ResponderExcluirClau, adorei participar dessa tarde de descobertas, foi um assunto que eu nunca tinha ouvido falar, e ainda é muito tabu. O post ficou ótimo e super esclarecedor. Bjão
ResponderExcluirTenho uma amiga que teve câncer de mama e como ela diz: “Tem dez filhinhos congelados” . É muito bom os pacientes poderem contar com essa tecnologia!
ResponderExcluirAcho bem interessante essa parte da biomedicina! UAU!
ResponderExcluirbjs
Lele
Muito bom participar de encontros para aprender as novidades e desenvolvimento da ciência. Bjs
ResponderExcluirEsses encontros são muito ricos mesmo. Sempre trazem informações novas.
ResponderExcluirMuito bom saber que existem caminhos e alternativas.
beijos
Chris