Eu Li: O Nome da Morte

Olá queridos leitores!
Hoje trago para vocês um livro diferente, denso e imperdível!
Se você gosta de história fortes baseadas em fatos reais, não pode deixar de ler O Nome da morte - A História real de Júlio Santana, o homem que já matou 492 pessoas, brilhantemente escrito por Klester Cavalcanti, da nossa parceira Editora Planeta.
Quando eu vi este lançamento fiquei muito curiosa e ao saber que o filme baseado no livro seria lançado em agosto, o livro furou a fila. Resultado, devorei esta história chocante. Dia 25 tive o prazer de conhecer pessoalmente o autor, na coletiva de imprensa do lançamento do filme. Klester foi muito gentil e atencioso. Agora quero ler seus outros livros. 

Minhas impressões
Este foi um dos livros que mais me impressionou ultimamente. Na minha opinião, o grande mérito do trabalho do autor é mostrar as características psicológicas do protagonista, Júlio Santana. No início do livro Júlio é um rapazinho simples, criado na beira do Araguaia, numa casa que nem geladeira tinha. Cresce caçando bichos que traz para a mãe cozinhar, convivendo com dois irmãos mais novos, com seus pais, pessoas simples. O início da trama mostra Júlio apaixonado pela sua primeira namorada.
A forte influência do tio, que se dizia da polícia aliada a ingenuidade e desejo de uma vida melhor, produziram um cenário catastrófico para aquele menino simples. O livro mostra a transformação de Júlio num eficiente e conhecido justiceiro. Profissional este que respeita seu "código de conduta", que entre outros mandamentos traz a proibição de roubar suas vítimas (justiceiro não é ladrão), não matar mulher grávida, não matar outros pistoleiros, não deixar o pagamento para depois e não matar a vítima enquanto ela estiver dormindo. Júlio assume 492 mortes. Você precisa conhecer o universo fascinante deste homem intrigante, apaixonado pela esposa e pelos filhos.

Klester descreve as cenas de forma primorosa, numa linguagem precisa, mesclando sentimentos e sensações contraditórias. Apesar de todo universo chocante, Júlio desperta simpatia, por vezes pena, curiosidade e sentimentos mórbidos. É um personagem fascinante e chocante, por ser real.

Também achei muito interessante as passagens em que Julio descreve crimes acontecidos em Serra Pelada e sua participação no combate à Guerrilha no Araguaia. O livro mostra ainda que ele praticou seus crimes em todo o Brasil.

Durante sete anos Klester conversou com Júlio através de ligações a um telefone público, em horários marcados, na cidade onde ele vivia. Após estes anos de relatos incríveis, Júlio finalmente concordou em dizer seu nome verdadeiro e deixar-se fotografar. Aí o livro tornou-se realidade. Este momento marca a etapa que Julio resolve abandonar a vida de matador e mudar para outro estado com a família. 

O Nome da morte ganhou merecidamente o Prêmio Jabuti 2006 e foi publicado em 13 países. Agora virou filme. Volto logo com as minhas impressões sobre o filme, que assisti na Cabine de imprensa.

Sobre o livro
A capa desta edição é muito bonita e representa uma cena do filme homônimo.
Diagramação perfeita! Letras em tamanho confortável, páginas amarelas, encontrei alguns erros de digitação que deverão ser corrigidos nas próximas edições. O livro é tão bom que este detalhe não lhe tira o brilho. 

Gostei muito das fotos e dos relatos organizado pelo Klester Cavalcanti. Fica claro o cuidado e a pesquisa que o escritor fez para escrever este livro. 
Leiam este livro. Recomendo muito esta leitura!

Sobre o autor
O recifense Klester Cavalcanti é jornalista desde 1994 e já trabalhou em alguns dos maiores veículos de comunicação do Brasil, entre eles Veja, IstoÉ e Estadão. Já conquistou prêmios de relevância internacional, como o de Melhor Reportagem Ambiental da América do Sul, conferido pela agência de notícias Reuters e pela IUCN (União Mundial para a Natureza), e o Natali Prize, o mais importante prêmio de Jornalismo e Direitos Humanos do mundo. Já foi agraciado, também, com o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e com o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. A Dama da Liberdade é seu quinto livro. É autor ainda de Direto da Selva, Viúvas da Terra, O Nome da Morte e Dias de Inferno na Síria, sendo que os três últimos conquistaram o Prêmio Jabuti de Literatura, a mais importante premiação literária do país.

O Nome da Morte
Autor: Klester Cavalcanti
Ano: 2018
Páginas: 236
Editora: Planeta
Classificação 5/5 - Favoritado
Livro cedido pela editora
Adicione no Skoob
Para comprar: Planeta | Amazon


Comentários

  1. Querida! Que livro rico em conteúdos! Amei a resenha, pois você, como sempre, acertou na escrita! Um livro com imagens e experiências belíssimas!

    ResponderExcluir
  2. Clauo, que resenha!!!
    Eu adoro livros fortes e baseados em fatos reais, é melhor ainda.
    Achei legal você ter conhecido o autor!!

    bjs,

    ResponderExcluir
  3. Clauo, que história!! No mínimo, intrigante um matador de aluguel que consegue despertar simpatia no leitor. Claro, o livro deve trazer partes bem interessantes e agora fiquei super curiosa para ler as narrativas. Inusitada a questão do telefone público, quero saber mais sobre o livro pra colocar na minha lista. Beijos! Karla Samira

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas