Eu Li: Quase Antologia

Hoje trago para vocês a resenha do livro Quase Antologia, de Carlos Heitor Cony, da Editora Três Estrelas.
"Se eu morrer amanhã, não levarei saudade de Donald Trump. Também não levarei saudade da operação Lava Jato nem do mensalão. Não levarei saudade dos programas do Ratinho, do Chaves, do Big Brother em geral", escreve Carlos Heitor Cony em um dos textos desta antologia, que reúne suas melhores crônicas publicadas na Folha de S.Paulo entre 2005 e 2017. Ele só pararia de escrevê-las poucos dias antes de morrer, em 5 de janeiro de 2018, aos 91 anos. Organizada por Bernardo Ajzenberg, essa coletânea revela o cronista espirituoso e elegante que, na coluna que assinava na página 2 do jornal, observa as mudanças comportamentais, tecnológicas e políticas do momento em que escreve. Capaz de conferir registro lírico às situações mais inusitadas, Cony nunca deixa de lado o humor discreto e fino que o ajudaria a firmar-se como um dos grandes escritores de sua geração - o que o leitor poderá conferir neste livro.
Eu já vinha namorando os livros da Editora Três Estrelas há um bom tempo, pois são edições caprichadas e muito bonitas, com temas e títulos interessantes, mas ainda não tinha lido nenhum título deles. Quando recebi de presente este livro, (junto com outros dois ótimos que vocês também verão por aqui) fiquei muito animada. Foi uma leitura muito, muito boa. Infelizmente ainda não tinha lido nenhum livro do Cony e por isso também fiquei muito motivada com a leitura.

Eu gosto muito de ler crônicas, acho que é um dos meus gêneros literários preferidos. Uma dica para quem não curte tanto estas leituras, é intercalá-las com outros livros de outros gêneros literários, isso dá uma respirada na leitura. Eu entendo a crônica como um retrato, como olhar diferente para o dia-a-dia e esse olhar que me encanta. E esta foi a sensação no término deste livro tão especial, de encantamento com a sua escrita.

Eu devorei este livro delicioso. Li num fôlego só, pois são crônicas curtinhas, uma por página. Os temas são variados, Cony trata do seu cotidiano e isso me encantou, o olhar deste experiente jornalista, homem maduro, retratando seu dia à dia. Cony escreve também sobre política, família, personalidades, colegas de trabalho, sobre sua profissão, com seu humor, sua sagacidade e sua verdade. São crônicas muito interessantes sobre o universo desse jornalista tão talentoso. Talento este que aparece transformando, com enorme habilidade, assuntos aleatórios em algo tão interessante.

Fico imaginando a criatividade e o talento que o cronista tem que ter para não esgotar seus temas, para não se tornar repetitivo, nem chato. Cony tinha estes atributos de sobra. Sua morte no início deste ano, foi uma perda irreparável, mas ter belos trabalhos catalogados como este, são presentes preciosos, para seus leitores e para sua memória.
Eu adorei a capa do livro! Achei linda a foto e o contraste de cores, amarelo, preto e branco. Edição muito bonita e caprichada uma edição muito bonita da Editora Três Estrelas. Ótima diagramação e revisão impecável, sem erros de português.
Este é um livro interessante e que vai agradar aos leitores mais variados, recomendo bastante essa leitura. Leia e depois me conte o que acharam, vou adorar saber!

Quase Antologia
Autor: Carlos Heitor Cony
Ano: 2018
Páginas: 272
Editora: Três Estrela
Livro cedido pela editora
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